Luciane Medeiros de Souza Conrado

Projeto:
Personagem-fantasia: o percurso da criação estética e da representação simbólica nas indumentárias do mestre sala e da porta bandeira
Plano de trabalho:
Investigação da criação das fantasias do mestre sala e porta bandeira, refletindo como objeto estético se constitui em uma confluência de construções e representações simbólicas. Acompanhamento em trabalho de campo, desde a ideação, ao desenho, confecção da indumentária no ateliê, até sua iconicidade e atravessamentos no corpo do bailarino.
Resumo:
Atuando como uma representação das favelas cariocas e centros de
sociabilidade no período imediato do pós-abolição da escravidão negra, as escolas de samba firmaram-se na cidade como potentes e complexas organizações na cidade do Rio de Janeiro. Entre as décadas de 50 e 60, paulatinamente, essas instituições ampliaram seu contato com a classe média da cidade absorvendo, em suas estruturas, cenógrafos que incrementaram a produção visual de seus desfiles carnavalescos. Um de seus expoentes foi Fernando Pamplona, professor da Escola de Belas Artes. Entretanto, em 1972, Miguel Moura, pintor negro e morador do morro do Salgueiro, acusava Pamplona de “modernista” e que antes de sua chegada às escolas de samba ele já cumpria essa mesma função em outras agremiações do morro pois, à época “ninguém queria subir o morro pra fazer carnaval”. A partir de tal problemática, busco entender de que maneira Moura reclamava, para si, o protagonismo nas artes carnavalescas da cidade a partir de sua atuação entre as décadas de 30 e 50.
Tapeçaria de Madalena Santos Reinbolt, Sem título, c.1969-77. Col. Edmar Pinto Costa.