Maya Suemi Lemos
Possui graduação em música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, mestrado e doutorado em história da música e musicologia pela Université Paris-Sorbonne (Paris IV), pós-doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2017). É professora associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Música da UNIRIO. Atua principalmente na área da história da música, das artes e das mentalidades na Primeira Época Moderna. Coordena a Rede Interdisciplinar de Estudos Modernos (RIdEM), que congrega estudiosos da Primeira Época Moderna de diversos campos disciplinares. Atua igualmente, desde 2006, nas políticas públicas para as artes em âmbito federal, como gestora na Fundação Nacional de Artes, FUNARTE.
Projeto de pesquisa
Título
Arte, agência e mediação na Primeira Modernidade
Linha de Pesquisa
Arte e Recepção
Descrição
Processos de mutação nos mais diversos campos da experiência humana marcaram fortemente a Primeira Modernidade, por meio dos quais se reconfiguraram os parâmetros de relação do homem ao mundo, sejam eles de ordem espiritual, epistemológica, tecnológica, geográfica, social, econômica, ética e estética. Interessamo-nos, neste projeto de pesquisa, por objetos, fenômenos e processos artísticos relacionados à Primeira Modernidade, sempre considerando a complexidade de sua operação no âmbito da experiência humana do mundo – seja como dispositivos de assimilação e participação, seja como elementos catalisadores nos processos de transformação, seja como mecanismos reacionais ou como forças disruptivas. Interrogamo-nos, assim, sobre as maneiras pelas quais eles se implicaram como acionadores e mediadores deste movimento de mutação, aqui situado num arco temporal que vai, grosso modo, do século XV ao XVIII , assim como sobre sua recepção, seu trânsito, sua assimilação e sua apropriação em distintos ambientes culturais e momentos históricos.
Entrelaçados e imbricados uns aos outros, os processos de mutação em curso na Primeira Modernidade se prestam mal a uma leitura uni-disciplinar e linear. Mais do que um terreno propício ao exercício da interdisciplinaridade, eles parecem demandar, senão exigir o transbordamento disciplinar. É portanto numa perspectiva de diálogo entre os distintos campos do saber que este projeto é proposto, não apenas abrigando objetos de distintas modalidades da arte e da representação – música, artes visuais, artes da cena e literatura –, mas também atentando para os trânsitos e convergências entre eles e as demais zonas da experiência, do pensamento e do conhecimento.