Rafael Cardoso
PhD em História da Arte pelo Courtauld Institute of Art/Universidade de Londres. Membro da AICA-Deutschland e do Verband Deutscher Kunsthistoriker (CIHA). Atua como membro colaborador do Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e como pesquisador associado junto ao Lateinamerika-Institut da Freie Universität Berlin (Alemanha). É autor de vários livros sobre história da cultura, da arte e do design no Brasil, sendo o mais recente: Modernity in Black and White: Art and Image, Race and Identity in Brazil, 1890-1945 (Cambridge University Press, 2021). Principais temas e interesses: arte brasileira, séculos 19 e 20; história das artes gráficas, dos impressos e do design; modernismo e primitivismo; exílio e transculturação; teoria da imagem; história do ensino artístico.
Projeto de pesquisa
Título
Modernismos, modernidade e modernização na arte brasileira, 1889-1945
Linha de Pesquisa
Arte e Recepção
Descrição
O período que se estende da proclamação da República até o fim do Estado Novo abrange uma série de tentativas de modernização artística que incluem a Semana de Arte Moderna de 1922, mas não se limitam a ela. Existiu uma gama de iniciativas modernizadoras que podem ser entendidas, cada uma a seu feitio, como modernismos (partindo do pressuposto de que não existe um só modernismo, mas vários alternativos). O projeto se dedica ao estudo dessas manifestações, não somente nas chamadas belas-artes como também nas artes aplicadas, artes gráficas, fotografia e áreas congêneres. O intuito é desconstruir as imbricações entre modernismo e arcaismo, primitivismo e cosmopolitismo, que atravessam quase todos os projetos de modernização na história cultural brasileira. Especialmente importante é refletir sobre as contradições entre discursos de vanguarda e práticas oligárquicas, características do contexto latino-americano, resultando numa modernização desigual em que o modernismo artístico nem sempre corresponde à modernidade social, em termos de raça, classe e gênero. A tensão entre arte erudita, cultura popular e cultura de massa é de importância primordial para se compreender o desejo de modernidade na arte brasileira.